Páginas

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Prólogo



Corumbá, Brasil
Doze anos antes

                Amélia acordou com alguém chacoalhando-a bruscamente. Ela se virou, pronta para jogar toda a sua raiva em seja lá quem fosse. Uma luz forte a cegou momentâneamente. Assim que seus olhos se acostumaram, pôde enchergar sua irmã, Annette, com o lampião nas mãos.

--- O que foi? --- rosnou. Estava cansada demais para prestar atenção em qualquer coisa. Principalmente sua irritante irmã de seis anos.
--- Preciso ir no banheiro. --- o tom de voz de Anne era baixo. Amélia suspirou pesadamente. Sempre que Anne usava esse tom, significava que queria a ajuda dela para alguma coisa.
--- Venha comigo. --- pegou o lampião das mãos de Annette e acrescentou: --- Acho melhor você parar de mexer com isso. --- a menina nada repondeu, talvez concordando.

                Amélia segurou a mão de Anne e a guiou para fora do acampamento onde estavam com seus pais. Entraram na floresta. Não se afastaram muito. Ainda podiam enchergar o alto das barracas. Annette correu para uma moita.

--- Seja rápida. --- Amélia estava com uma sensação estranha. Como se estivessem sendo observadas. Mas isso era ridículo. Não havia mais ninguém ali, certo?

                 Dois minutos depois, Anne saiu detrás da moita. Mas, antes que pudessem dar um único passo de volta ao acampamento, uma série de vultos começaram a passar em volta delas, obrigando as duas a correr mais para dentro da floresta. Amélia tropeçou em uma raíz grossa e caiu, derrubando o lampião numa poça d'água. A luz do lampião diminuiu até apagar. Annette a ajudou a levantar, e as duas começaram a olhar em volta, em pânico. Os vultos haviam parado.
                   Houve um momento de alívio, seguido por um grito de puro medo quando perceberam que não eram as únicas a estar ali. Uma mulher alta, com longos cabelos lisos e ruivos; olhos verdes e um sorriso assustador estava parada a uns três metros delas. Ela usava um vestido vermelho-sangue com um decote em V.

--- Eu vou matar vocês --- ronronou ela, com um brilho diabólico no olhar. Amélia agarrou a mão de Anne e as duas correram o mais rápido que podiam. Mas logo perceberam que não poderiam mais correr.

                   Estavam encurraladas. Amélia correu os olhos ao redor, contando. Eram dezenove pessoas; dezesete homens de terno preto, aquela mulher ruiva e uma adolescente com cabelo ondulado preto, olhos castanhos e um vestido tomara-que-caia vermelho-sangue. Ela encarava Anne com puro ódio.
                   A cada segundo o pânico de Amélia crescia. Tinha que salvar Annette, de alguma forma. Mas o que ela, uma criança de nove anos poderia fazer? Anne se escondeu atrás de suas costas, choramingando e tremendo violentamente. O pânico de Amélia multiplicou. Não conseguia fazer mais nada, além de ficar paralisada como uma estátua.

--- Acalmem-se. disse a mulher, numa voz tranquilizadora. --- Não iremos machucá-las --- ela parecia sincera, mas será que poderiam confiar nela? --- Sou Emily --- acrescentou.
--- Emily, não. --- repreendeu um dos homens. Parecia irritado. Ele era alto, moreno, e encarava Anne e Amélia com raiva. Emily correu até ele e sussurrou algo, mais era baixo demais para Amélia escutar. Ele estalou os dedos e disse: --- Kaisa. --- a adolescente se atirou em Annette, que estava parada ao lado de Amélia. Anne e Kaisa começaram a lutar como dois cachorros. Amélia queria separá-las, mas quando tentou, Emily a impediu. --- Parem --- ordenou ele. Por um milagre, Annette estava bem. Já a garota, Kaisa, estava toda arranhada. Anne correu para abraçar Amélia.
--- Venha, criança. Hora de seu teste. --- disse Emily, que nesse momento estava longe, em frente a um espelho enorme e uma pequena mesa de madeira com um copo em cima. Amélia parou ao lado de Emily, em frente ao espelho. Estranho. Essas coisas não estavam lá antes. Emily pegou o copo e entregou a Amélia, que estava curiosa. O líquido dentro do copo era escuro e tinha um cheiro incrivelmente doce. Ela sentiu um ardor na garganta, seguido de uma sede desvairada. Bebeu tudo o que havia no copo. Olhou seu reflexo no espelho e deu um grito de pavor. Seus olhos estavam vermelhos.

Um comentário:

  1. Casino & Sportsbook - Dr.MCD
    Find your 포항 출장안마 casino & 울산광역 출장안마 sportsbook promotions and start winning real 통영 출장안마 money! Discover the thrill of a 김해 출장안마 sportsbook online at 김해 출장샵 Dr.MCD today. *FREE

    ResponderExcluir